Saturday, July 12, 2008

Alexandre

A história é um pouco mais complexa, digamos que sobrenatural! (Eu costumo brincar um pouco, mas neste caso o meu relato está sendo sério mesmo!)Fui criado em uma família classe média baixa, conservadora, certinha demais e muito religiosa (católica). Homossexual para mim era um homem depravado que queria se vestir de mulher e paquerar todos os homens. Quando aos dezesseis me descobri homossexual me tranquei no banheiro e chorei muito. No início dessa descoberta, entendi porque tinha um comportamento e atitudes diferentes da maioria dos meninos da minha idade. Essa análise durou pouco, pois afirmei para mim que isso era só uma fase da adolescência e com a minha força de vontade eu iria mudar toda essa situação. Passei a analisar todas as diferenças de comportamento que existiam entre mim e os outros rapazes que eu considerava heterossexuais para poder me adequar e me recondicionar (me deu vontade de vomitar agora!). E quanto mais eu reprimia os meus sentimentos, mais a minha homossexualidade aflorava. Eu não sabia, mas eu também sofria de um transtorno de ansiedade conhecido hoje em dia como TDAH ou DDA e que piorou e muito com essa minha luta constante em me tornar heterossexual. E naquela (início da década e 90) época não se encontrava nenhuma leitura decente ou consoladora sobre a homossexualidade para o público. A homossexualidade quando citada era sempre uma patologia ou um desvio de caráter. Logo a depressão própria de quem sofre de DDA passou a ser uma companheira constante para mim. Depressão após depressão e eu não achava solução alguma para o meu problema. E não encontrando uma saída e não conseguindo me abrir com ninguém (Um pesadelo terrível!) passei a me tornar mais religioso e perdir cada vez forças a Deus, o que me ajudou de uma forma imensa (Se não fosse o amparo espiritual já teria morrido ou me matado!).
Essa minha busca religiosa me trouxe experiências religiosas que me ajudaram a acreditar e ter uma fé cada vez maior. Nas minha experiências espirituais Deus realmente se mostrava imensamente bondoso, justo, misericordioso. Com o tempo eu passei a ter uma crise espiritual, mas não porque eu deixasse de crer em Deus, mas porque a minha mente não conseguia conciliar um Deus que condenasse o amor de duas pessoas e fosse assim mesmo um Deus de amor. Continuava tendo fé em Deus, mas sempre o questionava muito sobre isso a ponto de deixá-lo de lado por um tempo por não suportar isso. Minha distância durou apenas alguns meses e novamente eu voltava os meus olhos e o meu coração a Deus, mas continuava a questionar essas incoerências.Minha depressão aumentou e as crises demoravam mais tempo para terminar. Já até pensava numa maneira de desaparecer do mundo. Eu rezava pra ser atropelado, adquirir um câncer, dormir e não mais acordar etc...
Numa tarde aluguei o DVD "O Segredo de Brokeback Mountain" para assistir e gostei bastante do enredo. Passei a imaginar o "porquê" de Deus condenar os amor entre dois homen e duas mulheres e sempre pedia pra que Ele me desse uma explicação. Alguns dias depois tive o sonho mais intenso de minha vida. (Eu sei que tem gente na comunidade que é ateu, que não acredita na existência de Deus, mas eu sei também que ter fé em Deus não é uma questão de uma pessoa querer acreditar apenas, é algo mais. Por isso, eu não acho errado falar de Deus como se fosse algo incontestável, porque é a minha fé.) Eu sonhei com uma presença, com um espírito grandioso, bondoso que permeava minha mente, meu corpo, minha cama, meu quarto e que falava em nome do próprio Deus e no meu coração e na minha mente Ele dizia que Deus nunca condenou o amor entre duas pessoas do mesmo sexo e numa relação homossexual Ele somente condenava o mesmo que condenaria na relação entre casais heterossexuais. Eu acordei umas três vezes com o mesmo sonho durante a madrugada. A manhã seguinte foi a manhã que me libertou do medo que eu tinha de me aceitar como homossexual e a partir daí eu conheci o que é ser livre não só espiritualmente, mas psicologicamente também.
Passei mais de um ano com a sensação de que haviam dois Deus(es) no mundo e dentro de mim, um Deus autoritário que exigia obediência cega e um Deus que exigia o amor, o respeito ao próximo e que buscava a felicidade dos seus filhos, mas essa contradição acabou e eu não sofro mais por isso!Sou louco? Talvez seja, mas eu sou feliz também!

Deia

na minha adolescencia nunca tive problemas com minha sexualidade ,pois sempre me achei muito femea até demais. namorei o colégio em peso e gostava dos garotos , só que tinha uma menina que me tirava do sério ,pois ela era diferente das outras .estava sempre de calça ,blusa de manga e adorava brincadeira de menino .dai eu achava que era só curiosidade por ela ser diferente. mais quantas noites passei emclaro querendo beijar aquela boca ...e que boca!!!!!só sei que nunca rolou nada terminei o colegial e fomos cada um pro seu lado .
bom o meu primeiro caso só aconteceu com 25 anos eu trabalhava em uma padaria e era gerente e tinha uma caixa que me tratava a pão de ló. dai a amizade cresceu começei a dormir na casa dela com a mãe e a nirmã dela . até que numa noite eu acordei com ela me beijando e já estava em baixo do meu cobertor. fiquei assustada e não aconteceu nada por medo da mãe dela descobrir.eu como sempre muito decicida marquei pro dia seguinte num motel . e ai o que eu ia fazer com aquele mulherão super feminina .sinceramente fiquei louca , mais foi lindo e maravilhoso pois era a´primeira vez dela tb ,essa historia acabou com a mãe dela falecendo , eu acabei com um casamento de 4anos e fui morar com ela porque ela e a irmã não tinham como pagar o aluguel do ap .sozinhas.conclusão ; a minha familia quase teve um troço , mais eu morria falando que era só amizade . porque ela não tinha pinta de sapata . mais eu vivia traindo ela com homens e até com algum as garotas que conheci . mais eu sentia lá no fundo que eu queria aquela mulher que me joga na parede e me chama de larghatixa,enqto não aparecia ia saindo com homens .
acabei o relacionamento depois de 4 anos tb . fui morar com um rapaz . dai fui trabalhar de cobradora de onibus e numa pequena farmacia lá na gavéa estava aquela mulher que qdo á vi falei é essa que eu sempre imaginei nos meus sonhos o mesmo cabelo o mesmo jeito o mesmo sorriso fiquei encantada , cheguei em casa falei pro meu m,arido que eu tinha visto á pessoa que nasceu para ser eternamente minha . ele achou que eu estava brincando ,e me chamou de maluquinha . e fiquei cercando ela por um mes até descobrir os lugares que ela frequentava. ficamos super amigas dai foi facil . ela morava com uma menina a 13 anos eu achei que não tinha chance , mais ela tb se apaixonou perdidamente mais tinha muito medo de tudo .
conclusão do dia em que á vi até o dia de irmos morar juntas levou 2 meses e meio. terminei o casamento falei pro meu pai minha mãe e minhas irmães.,ninguem falou nada porque eu estava super decidida a assumir aquela mulher pro resto da minha vida . hoje graças a deus todos a adoram sem exeção até o meu genro. ela é madrinha do meu neto. e estamos juntas a 10 anos e sinceramente e a ultima mulher da minha vida . há ,e tem 10 anos que não saio ,com homens e nem com mulheres, sou completamente realizada . espero que ela nunca ache essa comu e leia isso senão vai ficar com a bola cheia .descobri que sempre gostei de mulher , mais eu queria uma com um jeitinho especial , meio machinho. meio mandão ,ai meu deus!!!!!!!!!!!

Friday, July 11, 2008

Petite

Bom sempre soube que era "diferente".A lembrança mais remota de que sentir "algo diferente" por alguem remonta aos meus 7 anos de idade. Estava formando a fila pra cantar o hino nacional e fiquei atras de uma amiguinha de escola.Lembro perfeitamente de ter adorado o cheiro dela e senti uma coisa estranha no estômago, mas não entendi muito bem,atém então achar perfeitamente normal sentir afeto pro alguem de uma maneira mais profunda.Anos se passaram, namorados depois, noivado, fim de noivado, namorados..E eu sempre soube que me sentia atraida por mulheres,conversei abertamente sobre isso com alguns namorados, pra minha surpresa sempre fui bem encarada e me deram liberdade pra poder decidir sob esta questão sem interferência deles.mas me mantive monogamia e tive 2 relacionamento longos com homens.
Até que rolou la pelos meus 18 anos com uma amiga de um amigo. Pronto...qualquer duvida que pairava foi-se...minha bissexualidade se concretizou.
Sai com algumas mulheres, umas chegaram freqüentar minha casa...meu pai nunca comentou nada e ele notavelmente tinha noção do que se passava, visto que eu cansei de dormir fora de casa e havia uma época que eu tinha uma "amiga" muito mais velha que eu.Mas não tivemos nada serio, foi um affair.
Namorados depois...Conheci minha atual namorada e futura esposa. Estudávamos no mesmo pré vestibular, foi fulminante, começamos logo a namorar. andávamos pra cima e pra baixo juntas..meu pai começou a desconfiar...até que me colocou contra a parede e perguntou

-vocês sao namoradas?
-Somos pai, sou bissexual.
Ele fingiu aceitar e falou q estava orgulhoso de eu ter contado a ele. Achei estranho mas se ele encarou numa boa...que seja.
A farsa não durou nem 24 horas, ele começou a me tolir de direitos: parar de usar a internet, telefone, eu deveria ir e voltar pra casa sem pit stop em lugar algum....
Foram semanas de briga..noites sem dormir e ainda tinha tensão do vestibular pra atrapalhar mais ainda.

Ele me chamou de aberração pra baixo.Disse que destrui a vida dele...que fui uma decepção...

ATé que um dia no meio da madrugada, depois de varias noites sem dormir eu finalmente cai no sono..meu pai invade meu quarto me segura pelo pescoço e começa a me enforcar gritando :
- você vai parar com isso, eu vou te dar um jeito!
-nao vou pai, isso é o que eu sou, você aceitando ou não!
Ele não em largava comecei a sufocar dai gritei pro minha madrasta não fosse ela, ele teria me matava sem duvidas.
Bom, depois disso ele botou a mão na consciência e depois de um amigo "santo" dele ter conversado com ele, ele decidiu "fechar os olhos"
. Pediu apenas pra que eu fosse discreta e que ele n voltaria a comentar o assunto.Muitas brigas e insinuações depois...
Foram- se 4 anos, hoje em dia ele já consegue mencionar o nome da minha namorada sem gaguejar e acha estranho quando não saio pra me encontrar com ela no final de semana...é um avanço....
Para os resto da familia, mina avó e avô sabem e me respeitam, reagiram melhor que meu pai,nem em recriminaram nem nada, só falaram pra ter cuidado coma violência. de resto não considero familia, então não importa. Meus amigos todos sabem e sou muito querida pro todos, foi neles que encontrei conforto no momento de dificuldade em casa.
Hoje sou mais feliz por não ter q mentir, disfarçar ou omitir nada. Estou bem comigo mesma. embora tenha sido uma situação desgastante cresci como pessoa.O preconceito dentro de casa me fez ser mais voltada pra questão da aceitação de homossexualidade e lutar por igualdade.

Simplesmente busco pro minha felicidade igual a outro ser humano qualquer.

Brigite

De portas abertas



Nasci, gente! Era uma menininha ( a caçula ) depois de dois meninos; e como de costume; fui logo presenteada com uma boneca que me provocava altas sessões de choro. Ai meu Deus, eu nem falava ainda e já dava sinais de que não gostava de brincar de bonecas. Os anos se passaram e meu gosto pelas bonecas não veio... Meu negócio era mesmo brincar com meus irmãos... estilingue, peão, palito, bafo, pega-pega, bolinha de gude, subir em árvores, pipa, judô mas como era mais nova e menina, nem sempre eles me deixavam acompanhá-los. Meu irmão mais velho ( A ) era meu protetor.
Adolesci... Essa foi a pior fase... Eu queria ser eu mesma mas sentia grande dificuldade pois eu era diferente das minhas amigas. Eu não gostava de fazer as unhas, arrumar os cabelos, tirar sobrancelhas, usar maquilagem, vestidos,saias e afins... mas gostava de meninos, de dançar com eles nas festinhas, ao mesmo tempo que me sentia muito encantada pela beleza feminina. Tudo parecia “ normal “ e muito equilibrado aparentemente embora eu me sentisse uma estranha no ninho dos meninos e um estranho no ninho das meninas, assim; como se eu não tivesse feminilidade suficiente pra ser mulher e nem masculinidade suficiente pra ser homem. Beijava e namorava garotos, mas não abria mão das minhas amigas por nada.
Por volta dos 15 anos eu tinha uma amiga muito próxima, nos falávamos “n” vezes ao dia, eu ia esperá-la na chegada e na saída do inglês, quando íamos ao cinema ficávamos de mãos dadas escondido mas nunca rolou beijo. Minha mãe percebendo isso disse que não era normal e me ofereceu tratamento médico... A mãe dela desconfiada, acabou nos proibindo de andarmos juntas pois sabia que eu tinha uma tia homossexual e soprou aos quatro ventos que eu também era, só eu é que ainda não sabia.
Dos 18 aos 19 tive um namorado ( F ) com quem queria me casar e ter filhos embora não transássemos ainda e simultaneamente eu tinha outra amiga inseparável.
O primeiro beijo ( e afins ) numa garota ( C ) veio aos 20 anos com quem fiquei de enrolada até os 27 numa relação escondida onde vários homens entraram e saíram da minha vida inclusive o F por várias vezes.
Nessa ocasião eu já não sabia mais se ficava com homens pra manter as aparências ou se gostava mesmo deles, mas sabia que não amava minha namorada.
Meu irmão e protetor ( A ) estava morando no exterior e resolvi visitá-lo. Já que passaria 2 meses fora, resolvi terminar meu namoro com a C e assim o fiz uma semana antes do meu embarque, e ela viajou em seguida.
Eu estava sozinha e prestes a fazer a viagem da minha vida...
Fui convidada pela Sharmen pra sair e brindar a viagem, afinal quem vai pra Europa tem que estar feliz e eu não parecia estar... Não aceitei pois não queria baladas... então ela sugeriu um happy hour ... que seria fatal.
O happay hour eu topei. “ brindar cerveja como se fosse champagne “...
Bebemos, “ brindamos cerveja como se fosse champagne “ e conversamos como se nunca tivéssemos nos visto antes, era impossível tirar os olhos dela mas o tempo corria e não percebíamos. A hora da balada se aproximava e resolvemos então ir embora. Ao chegar em casa pensei: A Sharmen tem toda razão, eu deveria estar feliz... vou pra balada com elas. Misteriosamente, sem nenhum tipo de comunicação prévia as pessoas foram desistindo de sair e ficamos apenas eu e ela. Fazia bastante frio, a lua estava maravilhosamente cheia, linda e brilhante e fomos curti-la na chácara dos meus pais tomando cerveja e nos embriagando em papos sem fim. A noite ia linda... sereno, cerveja, cigarros, olhares e conversas mas estava acabando... 4 e meia resolvemos ir embora e no portão de casa eu segurei a mão dela aí as pernas amoleceram, o coração disparou quando ela me pediu que não fizesse aquilo... e nos beijamos ali mesmo, em frente a casa dos meus pais.
Entrei em casa pra pegar a chave da chácara e voltamos pra lá. Nas duas horas seguintes eu me embriaguei de um perfume alucinante, bebi a saliva mais doce e meus dedos passearam pela pele adulta mais macia que eu havia conhecido. O mais longe do rosto que meus dedos alcançaram foram os seios e não precisou mais que isso pra que eu me apaixonasse.
Era dia de trabalho para ela, e eu, passei o dia a suspirar sentindo aquele perfume nas minhas roupas, na minha pele, desejando mais daquela sensação, mais daquela mulher ... mas a Europa me aguardava e embarquei pra 2 meses de loucas sensações e longa espera.
Sentia aquele perfume em todos os lugares mas ele estava sempre sozinho, vazio... Cartões postais e cartas que enviei não tinham resposta como o prometido. O telefone não tocava e fui perdendo as esperanças achando que tudo era ilusão ou desilusão.
Contei pro meu irmão o que estava acontecendo e pra minha surpresa ele teve uma reação que eu não esperava, disse que aceitava mas não conseguia entender, que era desagradável ouvir aquilo, que de certa forma se sentia incomodado.
Fiquei triste mas entendi.
A hora de voltar chegou e decidi que não a procuraria.
Fui surpreendida pela notícia de que durante minha viagem a mãe dela havia se submetido à uma cirurgia de câncer de mama e que ela estava muito abalada.
Mudei imediatamente de idéia e fui até ela, suando, tremendo, sonhando... saber como estava, se podia ajudar...
Aos poucos fomos conversando e entendendo as armações do destino pra nos aproximar.
Nosso amor e cumplicidade cresciam à medida que nos encontrávamos, nos conhecíamos, nos amávamos, nos desejávamos. A insegurança e o medo de uma recaída da doença da mãe se soubesse da gente, somada à reação do meu irmão, também cresciam.
Tentamos nos separar, mas foi impossível...

“O que Deus uniu o homem não separa. “


Dezesseis anos se passaram nesse compasso de espera de um momento apropriado para nossa saída do armário mas ele não veio. Hoje moramos juntas, nossas famílias sempre conviveram em harmonia, freqüentam nossa casa, ninguém pergunta nada, ninguém comenta nada, entram em nosso armário, saem dele quando querem. Não precisamos mais de afirmações e auto – afirmações.
Somos duas pessoas a somar, dividir, multiplicar e subtrair tudo o que vivemos. Buscamos a paz, a simplicidade, o amor como deve ser... simples e puro, gentil, respeitoso, delicado.
Acreditamos que Deus esteve ao nosso lado o tempo todo, que fomos abençoadas e seguiremos assim enquanto Ele nos permitir.

Davi

Eu morava com minha mãe, minha vó e quatro irmãos.

Sempre soube que era gay. No principio isso me incomodava deveras, eu era de familia evangélica praticante e sempre me vinha o tal ensinamento do pecado à cabeça. Isto perdurou até meus 15 anos, quando resolvi ser feliz e percebi que pecaminizar o amor é o maior dos pecados.

Aos dezessete conheci Fábio, na fila de um banco. Começamos a namorar às escondidas, pois a minha familia não sabia oficialmente que eue era gay, embora suspeitassem, e a familia dele não aceitava a sua homossexualidade.

Aos seis meses de namoro Fábio já frequentava minha casa como amigo, não nos desgrudávamos e ele ganhou muita afeição de minha familia.

Certa vez, estávamos, minha mãe e eu na cozinha cortando legumes para uma sopa, ela do nada e sem qualquer rodeios comentou:

- Davi, estou começando a desconfiar desta sua amizade com o Fábio."

E eu, sem pestanejar e também como fui pego de surpresa respondi:

- A senhora pode parar de desconfiar e começar a ter certeza!

Minha mãe caiu desmaiada no chão, aquilo me assustou, fui ajuda-la a se levantar e depois dese refazer ela se levantou, não olhou pra mim e foi para o quarto.

Eu imaginava que teria perdido minha mãe, que ela nunca mais falaria comigo e me sentia culpado por deixa-la na situação que deixei. Por fim, a sopa não foi feita.

Fui para meu quarto e acabei pegando no sono entre o medo e a culpa.

No dia seguinte, ela foi ao meu quarto sentou na minha cama e me acordou. Abri os olhos e ela sem me dar chances de falar começou:

- Davi, eu não entendo disso e nem quero entender. Mas estive pensando muito nesta noite. Não sei como lidar com isso, você vai ter que me ensinar. Felizmente ou infelizmente uma mãe não tem como pedir divórcio de um filho e eu não farei isso.

Aquilo me deu um nó na garganta e ela continuou:

- Gosto do Fábio, quero que sejam muito felizes, não será isso que vai fazer perder sua familia, agora tenho o Fábio...

também como filho. Aceito a situação.


Ela pegou minha cabeça e colocou no colo delae ambos choravam por ter iniciado tão bem uma nova fase na vida de todos nós.

Eidi

Lá vai então o 1º depoimento (espero que curtam!):
Desde pequeno, sempre me senti atraído pelos garotos da escola. Lembro-me das brincadeiras infantis que eu tinha com eles, muitas nas quais me excitava profundamente, em silêncio. Muitas vezes, me perguntava como eu poderia ser tão precoce em algumas áreas da vida, e dentre elas estava a sexual. Comecei a me masturbar muito cedo e pra mim era normal me imaginar em transas fantasiosas com meninos da minha idade. Eu era um tarado infantil que havia antecipado a puberdade, em uma época em que as crianças liam gibi ao invés de Playboy.

Maduro, me assumi pela primeira vez aos 7 anos de idade. Lembro-me até hoje. Tava assistindo a um show de travestis, na TV, junto à minha mãe enquanto ela preparava um bolo. Não sei que raios que deu em mim, só sei que aproveitei a chance, apontei para o aparelho e soletrei pra minha mãe que queria ser gê-a-iplison. Ela, aparentemente, não havia entendido o meu alfabeto de pré, daí repeti. Só depois de umas 5 tentativas, gritei que sou viado. Só me lembro que vôou massa pra tudo quanto é canto. Nessa hora, meu pai chegou. Minha mãe, em prantos, contou tudo pra ele. Ele, pra minha surpresa, acalmou-a e disse que eu não sabia o que estava falando. Costumo dizer que esse momento da minha vida foi quando saí do armário, e me empurraram em seguida de volta à ele.

7 anos se passaram, dentro daquele frio e escuro closet, até que, nos hormônios dos 14, decidi contar pela segunda vez. Dessa vez, já estava mais preparado e crente que eles iriam me levar a sério. Antes de repetir o outing, consultei um site muito bom cheio de informações e depoimentos verídicos, www.estoufelizassim.hpg.ig.com.br, ficadica. Até participaria da HJE, pena que nessa época nem o projeto dela existia. Suei frio, tive cãimbras, mas fui lá e revelei de novo. Foi a melhor decisão da minha vida. Hoje, aos 19, meus pais sabem do meu namoro, troco conselhos amorosos com minha mãe e meu pai me leva pras buatchys. Não tenho mais medo de me aceitar do jeito que sou, pois a família que amo estará sempre do meu lado.

Friday, July 4, 2008

Cinthia

Sempre gostei de ficar perto das garotas,as olhava diferente,tinha algo mais que amizade.Se via alguma garota bonita ficava olhando,admirando a obra-prima (rs).Mas até aí,tudo bem,eu nem fazia idéia,de que era gay.Depois de um tempo,amadurecendo,percebi que tinha algo a mais.Mesmo assim não liguei,eu mesma achei que fosse conflitos da idade,e não dei ênfase.Daí começaram os papos sobre garotos,entre as meninas,eu eu nunca me encaixava,sempre me perguntava:- O que elas veem neles?Por que não sou como elas?Então,com 12 anos,mudei de escola,e com tudo novo,também surgiu algo mais novo ainda em mim.Me apaixonei por uma garota,que atingia todos os padrões que eu tinha criado sobre o que era alguém belo.Fiquei encantada com ela,quando a via,ficava nervosa,as mãos suavam (rss),e em casa só pensava nela.Depois disso,percebi que era gay,mas mesmo assim,deixava isso escondido dentro de mim.Já com 14 anos,já me aceitava,e foi tbm quando dei meu primeiro beijo numa garota,á partir daí não restava mais nenhuma dúvida.Com 15 anos,minha mãe começou a desconfiar sobre minha opção,surgiram brigas,Discussões,...Até que um dia não aguentava mais tanta discussão,que contei, incrivelmente,ela não brigou,ficou calma.(por um tempo)tirei um peso de cima de mim,quando contei.muitas sensações boas,alívio,paz,liberdade...Há pouco tempo me assumi a uma tia,que me dá o maior apoio,não faz críticas,vive e deixa os outros viverem.E quanto a minha mãe,em tempos em tempos,ela reclama.nem ligo mais,afinal,nenhum pai quer que seu filho(a) seja gay.A deixo falar,não discuto mais.sei o que sou,e não preciso da aprovação de ninguém para me sentir melhor,sei que sou feliz do jeito que sou,e estou amando...Enfim,sair do armário,é ótimo,mas não quer dizer que tudo se resolve.

Pamela

tive tendencias, me vestia como menininho quando criança, queria pintar a parede com meu pai, lavar o carro, andar sem camisa, fazer xixi de péee.. hahahaha era um sarro! jogava bola, video-game, odiava rosa e todas aquelas coisinhas de menininha que minha Irma usava, e que minha mãe queria que eu usasse também.
mas, como toda criança, vai crescendo, vendo suas amigas beijarem menininhos, e acha que tem que fazer igual. 11 aninhos, beijando vários menininhos...

mas nunca gostava de nenhum, sempre enjuava rápido. se chegasse á um mês, já era um milagre. até que namorei um menino por um mês, quando tava na sexta série, só que ele era mais velho e veio querendo passar a mao em mim, transar comigo. e eu criançona de tudo como sempre fui, me assustei, nao sabia nem o que era aquilo, de verdade. ai conversamos, ele nao queria parar de tentar, terminei. e ai minha irma veio me contar que ele gostava era dela. ai eu fui conversar com ele, e de fato, ele me disse que como estava namorando comigo, tentou aproveitar a situação e me comer, mas que realmente só me namorava porque queria ir na minha casa ver minha irmã.

depois disso fiquei um ano sem beijar homens, assustada. setima série, as amigas do meu irmao sempre legais comigo, me apaixonei por uma, que se chama Camila. Nesse meio tempo, tínhamos amigas em comum, uma delas, chamada mayra, que era do segundo colegial. Ela tentou me beijar, mas eu me assustei, fiquei com medo de tudo e todos, ‘e se alguém descobrisse?’.. dava frio na barriga, eu era bobinha. Queria mas não beijei...passou algum tempo, a gente não tocou mais no assunto mas continuamos amigas.
nessa época, meus primos, Junior e Mayara, eram meus vizinhos, e tinha uma menina no prédio deles que era super legal, andava de skate, e se chamava Morgana.

Eu e a morgana viramos MUITO amigas, irmãs mesmo. ela tinha 12 anos, e eu 14. eu vivia na casa dela, ela na minha. fui pra oitava série, 2005. achei que era gente grande, sabia tudo da vida.. aquelas coisa da idade neh? comecei a beber sempre depois que saia da escola. E como era apaixonadérrima pela Camila, um dia bêbada, dei um showzinho na porta da escola, dizendo que a amava, e que não podia me magoar, queria que ela me beijasse, cheguei até a ajoelhar. Cena ridícula. Tenho vergonha de ter feito isso mas tudo bem vai...
cheguei em casa bêbada, contei pra minha mãe que a menina que eu amava não me queria. ai foi o choque, ela começou a chorar, falou que eu ia sofrer preconceito, se era isso mesmo que eu queria e os caralho a quatro. Como eu era super amiga da Morgana, mas ela tinha preconceito com homossexuais, tomei coragem e contei pra ela a merda que tinha feito.

Como minha amiga, pedindo a ajuda dela, ela fez cara de triste e feliz ao mesmo tempo. Mas, me zuou, e tentou me ajudar a ficar bem. Passado algumas semanas, ela começou a me falar coisas do tipo: sonhei que te beijei, sonhei que a gente tava casando,.. ela me falava tantas vezes isso que eu um dia disse: você sabe que sonhos podem se tornar realidade né? Eu achando que ela ia fazer cara de nojo e reprovação, disse: sei. Ai eu, então vamos tornar real. Ai ela ta. E nos beijamos... dia 16.05.2005.
coisa pra nunca mais esquecer. Nunca me senti tão feliz, realizada, contente. Primeira menina... amiga, irmã, companheira. Mas aí, nossos familiares estavam desconfiando de nós, pois andávamos muito juntas, e, os irmãos delas, todos mais velhos, já mais malandros com a vida, começaram a ‘perseguir’ a gente, meu pai e minha mãe nos proibindo de se ver, até porque meus pais não gostava dos irmãos dela, pois todos são drogados, caminho errado.

Mais eu a ajudava, ela não tinha culpa da família que tinha, a mãe dela sempre largava ela, e eu, era mãe, namorada, Irma, amiga, pai, era tudo, fiz de tudo por ela. Até que um dia na nossa rua rolou mó barraco, todos descobriram... a mãe dela me ameassava de morte por ter desviado a filha dela, e todo o caos foi instalado na nossa vida. a escola inteira definitivamente ficou sabendo, o bairro inteiro, nossas famílias inteiras, fomos proibidas de se ver, se falar. Com a distancia, e por ela ter sido a primeira menina, a curiosidade de saber como seria com outras gurias bateu mais forte, eu beijava outras, ela outros.

Cheguei a beijar a tal da Camila que eu achava que amava, e a mayra, que queria me beijar antes. Mas nunca foi a mesma coisa. Sentia que era ela que eu gostava, mais sei lá, eu era nova, muito nova, e ela também. A gente namorava, mas era um relacionamento aberto. Hoje acreditamos que aquilo nunca foi um namoro. Um ano depois de estarmos juntas, arrumei um emprego numa escola de inglês, comecei a trampar, já não nos víamos por sermos proibidas, mas ela estudava na minha escola, o que era menos pior, já que eu ficava lá a tarde, pra poder vê-la. E outra, nossa família não iria nos perseguiria por muito tempo. Era só esperar passar... nesse meu trampo, conheci outra menina, chamada marina, um ano mais velha, e manipuladora. Ela é bonita, e a carne foi fraca, ficamos um tempo, a Morgana descobriu, brigou comigo mas começou a falar com a marina também, e aí a marina super filha da puta, começou a dar em cima da Morgana também...
e as duas começaram de caso, porque a marina era bonita, e a carne fraca. E eu fiquei pra trás. Terminei depois de um ano e meio de namoro. Elas ainda são amigas/namoradas (eu realmente não sei, porque cortei relação com as duas, não converso mais) mas, já passaram muitas menininhas na minha vida, novas, velhas, legais, bonitas, de tudo. O sentimento ainda pertence a ela.
A primeira, e única. faz dois anos já que terminamos, nos vemos todo dia por causo da escola. Ela me olha daquele jeito, eu olho pra ela daquele jeito. Mas, todas as vezes que tentamos conversarmos pra resolver alguma coisa, dá briga. Não existe ninguém como ela, a história também não é só isso, aconteceu muito mais coisa... mas, como não era esse o papo... e eu desviei o assunto, vamos ao que interessa.

Em todos os lugares sabem que eu sou lésbica. Totalmente. Não beijo homens, não rola química. Mas, não que eu saia anunciando que eu sou, eu simplesmente não escondo. Sou na minha, muitos desacreditam que eu seja, mas a realidade é essa. Alem de ter contado a saída do armário, contei a minha história com mulheres.
Sei que sou novinha, e que vocês já passaram por coisas melhores ou piores. Mas ta aí, mais uma história.


Thursday, July 3, 2008

Alessandrah

sempre fui uma homossexual enrustida. nunca consegui me assumir. Sempre fiquei com vários homens. Transei com vários também. Mas sempre senti que ficava faltando algo.
Bom,...enfim: me apaixonei pela minha melhor amiga (Ana Claudia), mas nunca tivemos coragem para seguir adiante. Então, ela me apresentou ao Carlos (que acabou sendo o meu noivo na época - Jun/2001). E eu apresentei à ela, o meu pai. Sempre soubemos que independentemente dos homens que ambas apresentavam uma a outra,...q isso não daria em nada.
Até q um dia, eu fiz uma infeliz pergunta ao meu pai: filho ladrão? ou filho gay?
Ele respondeu q preferia um filho ladrão,...q não admitia gays na família.
Depois disso, eu e a Ana Claudia tivemos uma briga horrível.
Desde então, não nos falamos mais,...e eu acabei noivando com o Carlos.
Alguns meses se passaram depois disso, e eu terminei o meu noivado com o Carlos.
Qdo em 2005 estreou a série TLW no Brasil,...eu meio q assisti a série e vi a Dana se transformando, se assumindo.
Isso me deu forças suficientes para me assumir tb.
Tenho 2 primas paternas q tb são assumidas.
Não foi nada fácil.
Aliais, ainda não é.
Minha primeira namorada (Tatiana) só veio no ano seguinte, em maio de 2006.
O namoro não durou mto,...e veio a Janaína, q tb não durou.
Daí voltei a me relacionar com um homem: Wellington q é irmão da Tatiana. O namoro durou 6 meses.
Depois do Wellington, saí por uns 2 meses com a Beth. E acabou acontecendo uma coisa entre mim e a Beth (conhecemos a Mônica e fomos as 3 para um motel - foi maravilhoso).
Depois da Beth, saí por 1 mês com a Valéria. Foi ótimo tb.
E agora tô casadíssima com a Márcia,...q é a mulher da minha vida.

Wednesday, July 2, 2008

Kajam

Bem, o início é quase sempre igual aos demais!Adorava jogar bola, pião, gude, jogo de botão, etc. Me sentia bem no meio dos meninos, e com as meninas era estranho, não sabia brincar com bonecas e nem tinha jeito, tanto que tive vários apelidos: muleque macho, maria homem, maria joão (rsrsrs). O tempo foi passando, as meninas brincando de cair no poço, e seu sempre dava um jeito de ficar no comando, só pra não ter que beijar os meninos. Quanto tinha uns 11 anos, um vizinho se declarou, disse que estava apaixonado e que queria namorar comigo, e o pior, a rua toda já sabia, inclusive minha família. Foi terrível, pq daí em diante começaram as cobranças. Resisti! Ah! Lembro que só dei um beijo selinho nele! O tempo foi passando e eu apaixonada pela minha professora de Inglês. Fazia questão de chegar cedo, sentar na frente, tirar as melhores notas. kkk (muito divertido lembrar) Bem! Quando fiz 14 anos, minhas colegas do Magistério resolveram fazer uma festa surpresa num barzinho onde eu trabalhava com minha mãe, e para surpresa minha, o que tinha como vela do bolo??? Uma camisinha com leite condensado! kkk Morri de vergonha! Levei na exportiva, mas comecei a me policiar. Bem vcs podem perceber que nem um beijo eu dei até meus 15 anos! Comecei a namorar o irmão de uma amiga, claro que foi por causa das circunstâncias! Todos os meus amigos namoravam, menos eu! Mas não passava de beijos! Até que me formei e prestei concurso para professora numa cidade pequena e passei! E esse foi o motivo que encontrei para terminar o namoro, pois como eu iria trabalhar os dois turnos, acabei indo morar na cidade! Eu e minha irmã, que também foi aprovada! Lá nós fomos morar numa casa chamada "A casa do Professor", pois a maioria dos professores que lecionavam lá eram de fora. Nessa casa eu conheci (M), sete anos vais velha que eu! Eu já estava com 17 anos. Percebi que ela me olhava diferente, só queria ficar perto! Ela foi me envolvendo de tal maneira, que eu já não queria ficar longe. Ela tentou me beijar algumas vezes. E eu fingia que não estava percebendo! Até que um dia, estávamos no quarto dela, assistindo TV, ela deitada no meu colo, ensinuou que ia me beijar e desistiu, eu tomei coragem e a beijei, depois sai correndo pro meu quarto e me tranquei. Sentia medo, vergonha, alegria...). Múltiplas emoções. Ela bateu na porta e disse que precisávamos conversar. Depois de alguns minutos eu fui. Lá nos beijamos novamente! Ficamos namorando escondido por uns quatro meses, até que a diretora da escola que eu lecionava me entregou pra minha mãe. Eu disse que era mentira! Minha mãe chorava todos os dias. A situação ficou complicada e (M) foi embora da cidade. Eu fiquei arrasada, sem chão! Chorava dia e noite! Mas, como eu não queria ser professora, acabei pedindo demissão e voltei pra minha cidade. Tentei voltar com meu ex-namorado por causa da minha família, mas eu não sintia nada por ele. Era um horror! E terminei definitivamente. Passei 2 anos só. Em 2002 conheci (L), ela tinha 17 anos e eu com 23. (L) me cercava de todas as maneiras, era minha vizinha, e eu sempre dava desculpas. Até que um dia não resisti e acabamos nos beijando dentro da minha casa, enquanto minha mãe assistia TV na outra sala. Mas, como sempre, tem um(a) fofoqueiro(a) que entrega tudo, e começou tudo novamente, minha mãe chorava todos os dias. E eu sempre negando! Até que um dia eu resolvi dá um basta e disse que era verdade, e que não ia mais me esconder. Teve até reunião de família. rsrsrMinha mãe adorava (L), antes de saber de tudo, depois passou a odiar. Mas como não tinha mais jeito. Ela acabou tolerando a situação. Na minha casa morávamos em quatro, eu, minha mãe, minha irmã e o marido dela. E como era eu quem pagava o aluguel da casa, coloquei (L) pra morar comigo. Outro terremoto! Ficamos 6 meses nessa situação! Até que cheguei em casa depois do trabalho e (L) estava chorando, dizendo que ia voltar pra casa da mãe dela, que não suportava mais viver ali, pois é, minha mãe é o tipo conversadeira, fala muuiiito! Decidi que ia ter minha própria casa, e assim aconteceu, no mês seguinte aluguei uma casinha e comprei um fogão, e fui embora com (L), a cada mês que passava eu ia montando a casa, pois (L) não trabalhava, só estudava. Ficamos juntas 4 anos!! E hoje, ainda moramos juntas, mas como amigas. Ah! E faz 2 meses que minha mãe resolveu morar com a gente! Até hoje ela lamenta, chora, reclama! P.S.: Depois que sai do armário, tudo ficou mais tranquilo!!!! Sou feliz!!!

Kajam

Bem, o início é quase sempre igual aos demais!Adorava jogar bola, pião, gude, jogo de botão, etc. Me sentia bem no meio dos meninos, e com as meninas era estranho, não sabia brincar com bonecas e nem tinha jeito, tanto que tive vários apelidos: muleque macho, maria homem, maria joão (rsrsrs). O tempo foi passando, as meninas brincando de cair no poço, e seu sempre dava um jeito de ficar no comando, só pra não ter que beijar os meninos. Quanto tinha uns 11 anos, um vizinho se declarou, disse que estava apaixonado e que queria namorar comigo, e o pior, a rua toda já sabia, inclusive minha família. Foi terrível, pq daí em diante começaram as cobranças. Resisti! Ah! Lembro que só dei um beijo selinho nele! O tempo foi passando e eu apaixonada pela minha professora de Inglês. Fazia questão de chegar cedo, sentar na frente, tirar as melhores notas. kkk (muito divertido lembrar) Bem! Quando fiz 14 anos, minhas colegas do Magistério resolveram fazer uma festa surpresa num barzinho onde eu trabalhava com minha mãe, e para surpresa minha, o que tinha como vela do bolo??? Uma camisinha com leite condensado! kkk Morri de vergonha! Levei na exportiva, mas comecei a me policiar. Bem vcs podem perceber que nem um beijo eu dei até meus 15 anos! Comecei a namorar o irmão de uma amiga, claro que foi por causa das circunstâncias! Todos os meus amigos namoravam, menos eu! Mas não passava de beijos! Até que me formei e prestei concurso para professora numa cidade pequena e passei! E esse foi o motivo que encontrei para terminar o namoro, pois como eu iria trabalhar os dois turnos, acabei indo morar na cidade! Eu e minha irmã, que também foi aprovada! Lá nós fomos morar numa casa chamada "A casa do Professor", pois a maioria dos professores que lecionavam lá eram de fora. Nessa casa eu conheci (M), sete anos vais velha que eu! Eu já estava com 17 anos. Percebi que ela me olhava diferente, só queria ficar perto! Ela foi me envolvendo de tal maneira, que eu já não queria ficar longe. Ela tentou me beijar algumas vezes. E eu fingia que não estava percebendo! Até que um dia, estávamos no quarto dela, assistindo TV, ela deitada no meu colo, ensinuou que ia me beijar e desistiu, eu tomei coragem e a beijei, depois sai correndo pro meu quarto e me tranquei. Sentia medo, vergonha, alegria...). Múltiplas emoções. Ela bateu na porta e disse que precisávamos conversar. Depois de alguns minutos eu fui. Lá nos beijamos novamente! Ficamos namorando escondido por uns quatro meses, até que a diretora da escola que eu lecionava me entregou pra minha mãe. Eu disse que era mentira! Minha mãe chorava todos os dias. A situação ficou complicada e (M) foi embora da cidade. Eu fiquei arrasada, sem chão! Chorava dia e noite! Mas, como eu não queria ser professora, acabei pedindo demissão e voltei pra minha cidade. Tentei voltar com meu ex-namorado por causa da minha família, mas eu não sintia nada por ele. Era um horror! E terminei definitivamente. Passei 2 anos só. Em 2002 conheci (L), ela tinha 17 anos e eu com 23. (L) me cercava de todas as maneiras, era minha vizinha, e eu sempre dava desculpas. Até que um dia não resisti e acabamos nos beijando dentro da minha casa, enquanto minha mãe assistia TV na outra sala. Mas, como sempre, tem um(a) fofoqueiro(a) que entrega tudo, e começou tudo novamente, minha mãe chorava todos os dias. E eu sempre negando! Até que um dia eu resolvi dá um basta e disse que era verdade, e que não ia mais me esconder. Teve até reunião de família. rsrsrMinha mãe adorava (L), antes de saber de tudo, depois passou a odiar. Mas como não tinha mais jeito. Ela acabou tolerando a situação. Na minha casa morávamos em quatro, eu, minha mãe, minha irmã e o marido dela. E como era eu quem pagava o aluguel da casa, coloquei (L) pra morar comigo. Outro terremoto! Ficamos 6 meses nessa situação! Até que cheguei em casa depois do trabalho e (L) estava chorando, dizendo que ia voltar pra casa da mãe dela, que não suportava mais viver ali, pois é, minha mãe é o tipo conversadeira, fala muuiiito! Decidi que ia ter minha própria casa, e assim aconteceu, no mês seguinte aluguei uma casinha e comprei um fogão, e fui embora com (L), a cada mês que passava eu ia montando a casa, pois (L) não trabalhava, só estudava. Ficamos juntas 4 anos!! E hoje, ainda moramos juntas, mas como amigas. Ah! E faz 2 meses que minha mãe resolveu morar com a gente! Até hoje ela lamenta, chora, reclama! P.S.: Depois que sai do armário, tudo ficou mais tranquilo!!!! Sou feliz!!!

Camila

Desde criança eu sempre percebi que não era como as outras meninas,detestava rosa, gostava de brincar era na rua de peão, bola, carrinho de rolemã....isso sem falar na maneira de me vestir que não era nada feminina.Sempre percebi minhas paixões por mulheres,minha priminha, a vizinha amiga da minha mãe, amiga da minha irmã,porém na minha cabeça ainda injenua isso era apenas um afeto especial,hj vejo q não era....
Os anos foram passando e eu fui crescendo com aquele sentimento de mal estar como se estivesse faltando algo.....fiquei com vários garotos mas nunca me envolvia demais....até que num belo dia, eu já tinha 17 anos, cheguei no cursinho pré-vestibular e ouvi uma risada familiar (do corredor) entrei na sala e lá estava ela...era a Jaqueline uma menina que eu conhecia desde da 5° serie,eu simplesmente não a suportava, mas naquele dia ela estava tão linda com um sorriso que iluminava a sala...pensei que saco essa menina aqui...mal sabia que já era a paixão chegando.
Durante aquele mês ela começou a dar de cima de mim e eu fingia que não estava entendendo e falava pra ela q ela estava ficando doida que assunto sem graça e ela dizendo que eu deveria provar o bjo dela pra ver como era bom....eu disfarçava mas no fundo estava loca pra provar mas não admitia isso nem pra mim.....
O mês foi passando e aquela raiva que eu sentia por ela foi se transformando em paixão,mais ainda não admitia isso nem pra mim muito menos pra ela, com isso ela foi desanimando de mim e parando de falar as coisas pra mim eu percebi isso e comecei a demonstrar interesse nela a partir dai poucos dias depois surgiu o 1° beijo na minha casa, melhor na minha cama no dia 7/05/2005.....ela me beijou e foi o beijo mais lindo que eu já recebi com tanto carinho um certo receio e um medo da minha mãe ver...depois disso nos separamos 10 meses depois, ela me trocou por outra e esta com ela ate hoje.....Durante o período que ficamos juntas a mãe dela ficou sabendo e nos deu o maior apoio....já a minha mãe nos condenava falava que era pecado e que a Jack tinha me levado pro mal caminho me colocou na terapia e queria me levar no padre exorcista, enfim fez de tudo pra nos separar mas não conseguiu aconteceu mas não por causa dela
Hoje dois anos que nos separamos minha mãe me respeita e me aceita cada dia um pouco mais está aprendendo a lidar com isso,mas já melhorou muito do que era...ate me pergunta coisas sobre meus relacionamentos...minha irmã que tb ficou sabendo na época tb me respeita muito, no meu serviço quase todo mundo sabe e me respeitam muito e me adoram exatamente como eu sou....bom já eu e a jack não nos falamos mais a Marina namorada dela não deixa ela falar comigo por ciúmes....mas apesar da distância adoro ela e nunca vou esquece-la ela foi meu 1° amor e acho que único ainda a amo muito e torço pra que um dia resolvemos o que ainda falta....e eu vou ficar sabendo por que ela me olha daquele jeito se diz não me amar mais........

Fabricia

Sempre me achei “o patinho feio” da família e da turma de amigos, jogava bola com os moleques e nunca fui vaidosa, sempre quis ser diferente (mesmo já sendo, pois tenho uma pinta na face direita que já me destaca), mas nunca percebi qualquer atração por mulheres, ficava e namorava com os meninos, chegando até a pensar em casamento em um relacionamento mais longo, no qual perdi a virgindade. Mas o primeiro beijo homossexual aconteceu com a melhor amiga, também inexperiente, aos 21 anos, de forma totalmente inesperada, em uma madrugada, em meio a uma sessão de massagem. O beijo quente, longo e carinhoso foi seguido de um tchau seco e uma semana sem qualquer comentário, até que, outra madrugada, outra sessão de massagem e outro beijo, mais longo e carinhoso ainda, a partir daí, fomos nos descobrindo sozinhas, tudo que fazíamos vinha única e exclusivamente de nossos desejos, nada de livros, filmes ou historinhas de amigas, não conhecíamos ninguém e mantivemos assim por seis meses, até que ela resolveu comentar com outra amiga, fiquei brava por alguns segundos, mas logo essa amiga confessa: Relaxa, eu também sou!! E começou a apontar diversas outras amigas que era homossexuais também, foi um alivio, foi só ai que comecei a me sentir mais acolhida, e, mesmo querendo ser diferente, nesse momento, fiquei feliz em ter pessoas iguais a mim. Até então, a visão da homossexualidade que eu tinha vinha de ensinamento tradicionais, relacionando a pecado, promiscuidade e drogas. Devido a isso, sempre mantive minha “condição” como um segredo, para família e amigos.
Com o passar dos anos, após vários relacionamento, foi percebendo que, quanto mais autentica eu fosse, mas respeito eu tinha de todos que me cercavam, passei então a não mais esconder comportamentos, e, pela grande sorte de ter uma família maravilhosa, nunca senti a necessidade de ter a difícil conversa para assumir minha sexualidade, simplesmente fui me mostrando naturalmente. Hoje sou muito respeitada e admirada, o que me faz muito feliz, não sinto mais necessidade de ser diferente, não me descobri um “cisne” mas passei a ter uma vaidade que me faz sentir-me bem em qualquer ambiente, família e entre amigos.
Se algo deve ficar é a idéia de que assumir-se não requer coragem e sim autenticidade e clareza de sentimentos, ser bi ou homossexual não é algo vergonhoso que devemos esconder, como um crime ou pecado. Esconder-se é uma forma de auto preconceito. Não acho que todos devam gritar: sou mesmo, e daí??, pois esse processo pode ser muito doloroso, mas mostrar um comportamento de aceitação, respeito e autenticidade é um bom começo

beTha

Eu nunca fiquei no armário! hehe
Já nasci e cresci sabendo que era 'diferente'.
Sempre gostei de meninos e meninas.

Com 20 anos perdi a virgindade com um cara. Contei pra minha mãe e aproveitei pra dizer que tb gostava de mulher! Minha mãe disse que já imaginava pelas minhas 'idéias'! Claro, levava minha mãe pra shows de Simone (anos 70!), Angela Ro Ro, Gilberto Gil...

Mas, com 21 anos, conheci e logo casei com uma mulher.
Vivemos juntas por volta de 15 anos! Continuamos amigas e tal.

Aí, meu bissexualismo ficou apenas 'platônico'. Na verdade só transei com um cara em toda a minha vida. E foi só uma 'amizade colorida'.

Bom, depois deste primeiro casamento, fiquei uns 2 anos solteira e acabei namorando 2 ou 3 outras mulheres, mas sem compromisso sério e achei que assim seria por um bom tempo!

Tipo: impossível encontrar outra pessoa que me 'mexesse' tanto a ponto de querer morar junto, casar novamente...

E aconteceu: em plena sala de bate-papo so ZAZ (Terra) conheci, fiquei amiga e depois sabe-se o que rolou que nos apaixonamos cada uma em um Estado e Região do País!

Deu o acaso dela estar entrando em férias e de saco cheio de morar no Rio... veio pra cá (Porto Alegre) me conhecer e trouxe, na 'manga', o currículo pra deixar em alguns lugares.
Ficou 15 dias e foi resolver sua vida no Rio pra voltar. Não demorou 2 dias ligaram de um dos mais improváveis lugares a chamando pra uma entrevista.
Ela 'teve' de voltar!

E assim se passaram quase 10 anos... Muitos filhos caninos, felinos e uma humaninha adotada.

Somos, como diria Barney o dinossauro, uma família feliz!


Se conselho fosse bom, eu diria: não vale a pena ficar no armário! Antes de tudo, devemos NOS RESPEITAR e enfrentar as pessoas sem vergonha, mas sem fazer tudo pra chocar. Todos os meus amigos e colegas sabem que sou casada com uma mulher e nem por isso tenho que jogar 'minha cama' na cara das pessoas. Sou respeitada pq sou autêntica e tranquila.

Fora do armário já!!! hehe


Obrigada, garotas!
Eu li as histórias de vocês e fiquei pensando na minha: eu não tive complicação alguma!! E olhe que passei a infância e adolescência em plena ditadura!
Pra mim tudo foi muito simples e tranquilo. Nunca fiz drama com minha condição 'dúbia'. Mesmo adolescente sacava que sentia algo muito quente em relação a mulheres, mas me apaixonava e sofria por meninos! Poderia entrar em parafuso total, né? Mas não entrei!

Só acho que demorei muito pra perder a virgindade, mas estava muito preocupada, a adolescência inteira em jogar handebol e a ouvir músicas (MPB muito!), ler e encucar com a ditadura (vejam só!).

Hoje em dia acho que as pessoas que me conhecem se chocam muito mais ao saber que sou vegetariana e militante ferrenha pela causa animal e do meio ambiente.
Aqui no RS o fato de eu não comer carne, não usar couro e escolher a dedo as marcas que compro se torna algo quase que de terrorismo. As pessoas tomam como uma afronta 'pessoal'! hehehe
E, acho, que o lance de eu ter uma companheira e termos adotado uma menina (fomos o primeiro casal homo a colocar os nossos nomes juntos no nome da filha!) se dilui com meu discurso maluco, bem humorado e 'ecologicamente correto'...

Sempre me achei de 'outro planeta', então nunca encanei com os olhares 'de lado'! hehe

Quero ver mais gente fora do armário, gurizada!!

Aliás, amanhã, dia 28 é o dia do Orgulho Gay!!!


San

Quando todas as perguntas ainda estão em sua cabeça, mas tu achas que já tens todas as respostas pra seguir sozinha.

Com 13 anos, morando em uma Vila , um lugarejo típico de meu País, eu vivia sonhos de adultos.

Já trabalhava na mercearia local, ganhava meu dinheiro.

Lendo Giuseppe Tomasi e me apaixonando cada vez mais por Cecília Meireles e Clarice Lispector( Livros que minha Titini me mandava do Brasil).
Ah Sonhando com praias terras quentes, Mas minha mãe sempre dizia que voltaríamos no ano que vem...
Nunca chegava este ano.
Eu era uma estranha na terra que nasci, todos sabiam quem eu era , só eu ainda não sabia!
Me dividia entre duas culturas, entre dois mundos tão diferentes.
Um o amparo a Família, que estava alem do oceano, outro minha terra, aonde fui predestinada a nascer.
Cresci em um fogo cruzado o desejo de minha mãe se esconder e o meu de me encontrar.
Quando pequena eu não gostava de meninas, achava elas chatas, pedantes e fúteis.
Ainda estava em minha vecchia scuola, quando vi uma ragazza linda.
Foi amor a Prima Vista, ela era um céu e eu nasci pra voar!
Como falei era um lugarejo, então me empenhei em saber tudo de sua vida.
Ela tinha Mudado a pouco pra lá, mas todos já sabiam sua história.
Era Gêmea da Rosana, mas não idêntica.
Ela tinha os cabelos negros e olhos verdes!

Pele tão branca que chegava a cegar!

Seus Pais tinham morrido e elas foram adotadas por seus tios paternos.

Eu passava o dia pensando nela e as noites sonhando acordada, que era um menino para poder namorar com ela.

Resolvi falar pra ela o que eu sentia e fiz isto no banheiro da escola.

Ela não me falou uma palavra sequer, mas falou para todas suas amigas.

Ai minha vida virou um inferno todos riam e me falavam bobagens.

Minha sorte ter dois amigos fieis que não me abandonaram.
Apartir dai minha mãe claro ficou sabendo também e como beata

me colocou em cursos da igreja, acho que li a bíblia umas 40 vezes naquela época.

Foi legal porque descobri que gostava mesmo de história .

Quando me mudei para um colégio maior em outra cidade eu notei uma menina meio estranha, parecendo um menino, com um violão debaixo do braço.

Ela caminhava apressada e eu por instinto a segui.

Ela entro em Café se sentou em um banquinho, tirou o violão muito seria e começou a tocar.

Eu nem me dei conta de quanto tempo fiquei ali ouvindo.

Claro voltei e no segundo dia tomei coragem e conversei com ela.

Ela era uma guria pegadora e nem se importou com a minha idade, 14 anos.

Bom não vivi um amor com ela ficamos amigas, até hoje nos escrevemos, mas ela foi só um fica como se diz agora.

Foi bom porque aprendi, conheci varias pessoas, que tb eram como eu.
Ah sim a Rosa eu a encontrei depois , em um elevador.

Ela morava ali no mesmo lugar onde eu tinha uma de minhas namoradas.

Um dia quando subíamos sozinha eu dei um puta beijo nela e ela correspondeu!

Mas nunca mais nos falamos, pois me mudei de novo!

Minha mãe morreu não me aceitando, mas tendo que conviver com isto.

Na minha família , não existem segredos( entre aspas) ou tu guarda pra ti , porque se um só souber o restante vai ficar sabendo tb.

Quando finalmente vim para o Brasil, descobri que a família já tinha experiência , pois eu tinha mais 3 primas assumidas que eu não conhecia.

Eles fazem meio vista grossa, mas elas pelo menos tem o apoio de suas mães.

Agora se tenho algum primo Homossexual, isto eu não sei, porque a aceitação em relação ao lado masculino da família é péssima.

Tipo um tio diz que mata, outro diz que interna, outro que bate até virar homem e ter vergonha na cara, estas coisas imbecis

Então acredito que se algum deles for, vai ficar calado pro resto da vida.

Marília

Bom o tópico é sobre sair do armário... mas, assumir pra todo mundo e sair levantando bandeira é uma coisa muito complicada e algumas vezes é até desnecessária... as vezes é melhor deixar subentendido e evitar conflitos.
Na família(que mora bem longe) e no trabalho não saio abrindo minha vida... Na família eu acho que todos fazem de conta que não sabem pra não ter que passar pelo constrangimento de ter que falar no assunto. Iam ter que me aceitar de qualquer jeito(pois todos me adoram). No trabalho, alguns sabem e outros tem dúvida...e tem aqueles que nem desconfiam. Nos demais âmbitos da minha vida todos sabem até porque sou uma ativista GLBT.
Só percebi que gostava também de mulheres depois de adulta. Quando criança achava algumas mulheres muito interessantes. A amiga da minha irmã mais velha, a menina mais linda da escola, a atriz da novela que eu sonhava todas as noites... mas, eu não ligava isso com homossexualidade, pois eu me apaixonava pelos meninos e adorava namorar com eles.
Minha primeira relação sexual foi com 17 anos com o meu primeiro grande amor, um rapaz que também tinha 17 anos o G. Ambos virgens e completamente apaixonados. Tivemos uma linda relação que durou 7 anos. Foi tudo de bom e um dos melhores e mais lindos momentos da minha vida. Mas, como estamos falando de Lês...
Foi com a F., uma amiga da Universidade. Éramos 4 amigos, eu o cara daí de cima(G.), ela(F.) e um amigo(H.). A gente andava sempre junto. Um dia comecei a olhar diferente pra aquela mulher 11 anos mais velha, separada a pouco de um casamento homo de 13 anos. Acabei me apaixonando pelo jeito estabanado dela com aqueles braços longos e um ar intelectual. Aquela paixão repentina me deixou completamente maluca. Não pelo fato de ser por uma mulher, pois já tinha 24 anos e uma cabeça completamente aberta, detestava qualquer tipo de opressão e preconceito. Estava psicologicamente preparada pra mudança de orientação. Quase pirei na verdade porque queria aquela mulher, queria beijá-la, queira amá-la e não tinha coragem de magoar o G. que eu tinha certeza que ainda amava profundamente. Me causava náuseas ter que machucá-lo com uma bomba dessas. Resolvi terminar a relação linda e longa que tinha com ele pra viver aquela paixão avassaladora com ela. Ele, claro teve um piripaque e quase morreu, abandonou o emprego, passou a beber feito um louco...Foi tudo muito rápido, uma semana apenas, entre o dia em que abri o jogo com ele e o dia que fui à casa dela. Bati na porta com um golfinho de pelúcia na mão. Ela me recebeu com um sorriso que não cabia no rosto. Entrei na sala, entreguei o presente que notoriamente ela adorou, conversamos uns 5 minutos sobre a declaração que fiz pra ela 4 dias antes na saída da faculdade(depois saí correndo) e tasquei-lhe um beijo na boca. Sem desgrudar um milímetro sequer, levei-a pra cama(dela) e tirei sua roupa como se a casa fosse minha e como se já tivesse feito aquilo com centenas de outras mulheres. Eram dois corpos extremamente diferentes em altura e peso, mas que se confundiram como se fossem um só. Fiquei encantada com aqueles seios rijos, com aquela pele macia sem pêlos e com a imagem indescritível de um gozo feminino. Pelo jeito que eu agia, sem pudores e bem determinada, parecia que nada daquilo era novidade.
Pena que essa relação durou muito pouco(4 meses), pois acabou o encanto, eu não a amava de verdade e percebi que eu queria mesmo era ficar com o G. Tentei voltar pra ele e ficamos juntos ainda algumas vezes, ele foi maravilhoso e tentou mesmo aceitar tudo, mas ele não suportou a idéia de eu tê-lo deixado e disse que jamais conseguiria segurança comigo de novo. Aí foi minha vez de sofrer penosos longos anos pela falta dele. Mas, felizmente não cheguei a morrer. Namorei algumas mulheres e homens e então encontrei a L. a menina mais doce do mundo e com quem fui casada 7 anos... depois me apaixonei perdidamente por uma gaúcha que me fez viajar 4.700km com mala, cuia e gatas...deixando pra trás minha cidade, família, amigos...etc. Confesso que não me arrependi, apesar de não ter sido fácil.

Aline

Desde a minha infância eu sabia que era diferente. Não sabia exatamente o que era, mas igual eu não era. Por que? Porque eu não me identificava com nada que eu supostamente deveria. Brincar com minhas amiguinhas gerava sempre conflito: elas queriam montar a casa da Barbie e eu queria correr por ai. Pois e, um saco. Já na pré-adolescência me dei conta do quanto essa “diferença” poderia me chatear. Minhas amigas enlouquecendo com as bandas pop como FIVE e Backstreet boys e eu sei entender aquilo tudo. Ah, tinha ate umas musiquinhas legais, mas onde estava o sentido de morrer de amores por eles? Pior, o que me deixava ligada era as meninas vestidas com o uniforme da escola. Foi quando percebi que essa diferença talvez se chamasse homosexualidade. “Homo o que? Não pode! Nem, isso e coisa da minha cabeça..”. Não era coisa da minha cabeça, o que senti pela menininha da sétima serie me mostrou isso. E eu quis morrer. Passava tardes e tardes pensando em como eu deveria agir. “Será que todos percebem? Será que ela gosta de mim? Devo contar ou sufocar? Não não, nada de contar, ninguém pode saber disso..jamais. Aiiiii, quero morrer! Talvez me jogue em frente de um carro”. Mudei de escola, agora era uma adolescente plena. Ensino medio, mais de 16 materias pra estudar, pressão pra passar no vestibular e... festas! Sim, de preferência com muita bebida e muitos meninos. Saco ao quadrado. A essa altura eu ja tinha percebido que era lésbica mesmo, só não tinha notado que era tão dolorido ter que disfarçar. Fiquei com alguns meninos, me entreguei a outros…magoei meu corpo, contrariei minha mente e violentei minha alma. Decidi que era hora de parar com o martírio e simplesmente comecei a evitar sair de casa. Era escola-curso-trabalho-casa. Nesse período conheci a Net, sabe? Ai, a Net...a Net foi ótima. Nunca vou esquece-la. A Net me mostrou que existiam outras pessoas como eu e me ensinou que talvez eu pudesse seguir me frente, mesmo sendo diferente.
Mas a Net também foi sacana e me apresentou a meninha de SP. Putz, ai ferrou! Era a meninha de SP o dia todo na cabeça, no ICQ, no telefone…no coração! A meninha aqui, do RJ, so pensava nela. Meus dias de angustias se transformaram em dias de devaneios, planos infundados..ai ai, mas era bom. Bom ate que a meninha de SP pula fora e deixa a carioca aqui na fossa: 3 dias chorando no quarto, o que resultou na preocupação dos meus pais e na conversa seria com minha mãe. Foi quando decidi chutar o balde. Abri o verbo pra minha mãe; lavei a alma. A principio, ela adotou o discurso de que me amava e isso sim era importante e que queria minha felicidade. Mentira! Dias depois colocou em pratica o plano como-fazer-a-vida-da-sua-filha-lésbica-u
m-inferno. Ainda sim, consegui me relacionar com algumas meninas, sendo que com uma delas fiquei por 2 anos e com direito a levar em casa e tudo. Minha mãe ate gostava dela..rs. Hoje, poucos anos depois, me considero uma pessoa bem resolvida. Meus pais, lógico, não queriam que eu fosse assim, mas já caiu a ficha que não mudo, portanto me respeitam. Não tocam no assunto, mas sempre sabem que aquela nova “amiga” e, na verdade, minha namorada. E ficam todos bem, com minha mãe trocando receitas com a “amiga” e tudo. Curioso: ela sempre troca receitas dos meus pratos preferidos..haha.

Eva

Desde que passei a ter noção de minha própria existência, já sabia que era homo. Lá pelos seis anos de idade me apaixonei por uma amiga de minha mãe, mas guardei comigo. Aos doze anos havia uma prima inseparável e acabamos ficando meio que juntas, embora tudo aquilo pra mim fosse, de alguma forma, irreal...impossível também. Ela foi embora pra outra cidade, mas aos quatorze anos nos encontramos e ficamos mais uma vez. Entretanto era tudo muito inocente: beijos, nos esfregávamos sem roupa, mas não sabíamos ir além. Ela mais uma vez foi embora e eu, em momento algum, levei a sério nossa história. Não conseguia namorar rapazes e pela criação rigorosa que tive sabia que jamais teria coragem de viver aquilo de que eu realmente gostava. Aos dezessete anos me apaixonei de verdade (ela era nove anos mais velha e eu sentia que o sentimento era recíproco, mas ela tinha uma companheira e eu não tinha coragem_mal nos falamos) e aos dezoito, com medo de ver minha paixão descoberta, comecei a namorar um rapaz treze anos mais velho que eu. Casei com ele aos dezenove e foi um dos dias mais tristes de minha vida. Nessa época fazia faculdade de Letras e na minha sala de aula havia também a companheira da mulher que eu ainda amava, sendo que meu marido também estudava conosco. Era uma situação terrível, pois nos víamos sempre que ela ia buscar a outra na faculdade. No último ano, a sua companheira e eu ficamos no mesmo grupo do estágio. Éramos obrigadas a nos encontrar nas residências de cada uma para prepararmos as aulas e isso foi fatal. Quando ia na casa dela, já não conseguia guardar esse sentimento há cinco anos escondido. E não guardamos mais. Não nos seguramos mais. Nos encontramos de verdade, nos amamos...deixei meu marido e ela deixou sua companheira. Cidade pequena, escândalo enorme. Sou professora e comerciante e todos os olhos se voltaram para nós. Eu era a menina má que traiu a própria amiga de sala e um marido maravilhoso_aos olhos de todos. Ela era a mulher mais velha que havia me desencaminhado. Povo hipócrita!
Em casa, apesar de todo o rigor, sempre fui a filha e a irmã mais querida. No início me afastei de todos, mas com o tempo eles deixaram claro que minha condição sexual não era um divisor de águas em nossa relação familiar. Minha irmã mais nova, recentemente assumiu sua homossexualidade, mas pegou uma fase boa...eles já estavam acostumados comigo, não tiveram muito susto ao saber dela. Quanto ao meu grande amor, ficamos juntas cinco anos. Nos separamos em janeiro último. Sua ex companheira (minha ex amiga de faculdade) chegou na cidade e ela teve uma recaída. Não sei perdoar traição...ainda. Nos separamos e elas foram embora juntas. Desde a semana em que ela foi, me liga todos os dias, de manhã e de tarde, pedindo pra voltar. Está quase me vencendo no cansaço...hehe
Prometi pra mim que um homem não me tocaria novamente. Prefiro ser assumida a ter que fingir algo que não gosto e que não fui talhada pra fazer. Meu corpo, meu toque, meu amor, minha sensibilidade, nasceram para a apreciação de uma mulher. Apesar das adversidades, não me arrependo de nada. Trabalho muito e sou respeitada em minha cidade. Vivo minha vida e acredito no amor e nos seres humanos, mesmo que alguns venham a machucar...

Rose

Lembro-me de ter brincado quando criança com meus vizinhos, dentre meninos e meninas...só que, notei jah nova, que eu preferia brincar com as meninas...claro!!!
Então....brincava só com as meninas...médico, papai e mamãe...essas coisas de criança, valia tudinho que criança gosta de brincar, beijo na boca, essas coisas básicas...

Bom, fui crescendo, e tive que ficar com meninos, apesar de sempre me apaixonar pelas meninas. Na escola, ficava com meninos, mais era muito louca por algumas meninas, dentre elas...Helen, Flávia, Daniele...e assim vai....

Teve uma época no ginásio, que eu andava com uma garota, que gostava de uma menina, e me perguntou se eu tmb naum gostava de garotas....e eu falei que tinha vergonha, mais eu gostava sim...ela me fez escrever uma carta, pra garota que eu gostava, e foi entregar a carta na sala onde a garota estava fazendo prova...sabe quem pegou a tal carta???
A PROFESSORA!!!!!
E por eu ser muito "inteligente" eu assinei a carta!!! hahahaha
Essa carta foi parar na direção da escola...Mais antes disso, todos ficaram sabendo da carta na escola inteirinha...aff....
Bom, eu desistir de voltar a escola...
Inventei uma doença....e fiquei um mês sem aparecer...
Mais teve uma hora, que eu não dei conta de enganar mais ninguém, tive que enfrentar todos na escola.
Depois disso, eu me fechei, me tornei muito calada, envergonhada, introvertida...
Em casa, tive que começar a namorar, ninguém ficou sabendo lá em casa, mais pra evitar qualquer tipo de falatório, eu comecei a namorar com 15 anos um rapaz de 22 anos...

O tempo passou, e eu continuava a me apaixonar pelas meninas, mais, tinha que ser uma pessoa que não era, por que eu não queria ninguém me desprezando como aconteceu...fiquei saindo com os meninos da escola p disfarçar, mesmo sendo noiva...
Inventei até uma gravidez falsa na escola, mesmo sendo virgem...e um aborto...aí, todos imaginaram com o passar do tempo, que talvez tivesse sido mentira da tal colega minha, e eu confirmava que a carta não tinha sido escrita por mim...

O tempo passou e eu casei, com o mesmo namorado que eu tinha desde os meus 15 anos, fui completamente infeliz no casamento, após 3 anos, tive um filho, e só tristezas no casamento...consegui levar tudo isso ainda por longos 9 anos....
Nisso, fui morar em Manaus, onde conheci uma garota que ficamos muito amigas...tentei lutar contra o sentimento que estava surgindo, mais naum resisti...ficamos juntas...Aí, foi que o meu casamento desmoronou...voltei p o Rio de Janeiro, tentando fugir de tudo....consegui acalmar essa paixão...mais depois de mais 2 anos, tive que voltar a morar em Manaus, pois o meu marido era militar, e viajávamos á serviço da Marinha do Brasil...

Quando voltei pra lá, ela me procurou....e eu consegui resistir novamente...mais o tempo passou, e eu fui procurá-la. Nessa época, meu casamento estava quase acabando...

Nisso, eu fiquei com outras mulheres, Helena, Maiane, Márcia....
Mais eu sentia que quem eu queria mesmo, era a primeira, a Lucilene...
Mais não dava mais certo, ela estava muito magoada, pq eu fui embora e abandonei tudo...

Quando tudo veio a tona, todos ficaram sabendo de tudo, porque eu fui traída por minha melhor amiga, que quis ficar comigo, disse que estava apaixonada por mim, mais ela era uma grande amiga, eu a considerava demais pra ficar com ela, e ela não entendeu...e pra se vingar por eu dizer não a ela, ela contou toda a minha vida pra todos, inclusive o meu marido ficou sabendo de tudo....
Foi daí que tirei coragem pra acabar com tudo, voltar para o Rio de Janeiro, me separar e viver a minha vida como eu deveria...

Hoje, se passou 5 anos que estou separada, estou casada com a Natalia a 3 anos, meu filho tem 10 anos, sou muito feliz da forma que sou, aprendi muita coisa com a vida, com os erros, Minha família me aceitou da forma que eu sou.
E eu sou completamente feliz e realizada!!!!!!!!

Pra terminar...sair do armário é a melhor coisa que existe na vida!!!!